Precisamos de trocar, urgentemente, a cama de casal cá de casa.
Está "avariada"....

Avariada, como?
É fácil, a nossa cama não traz aqueles super bichinhos mágicos que acalmam os bebés.
Não é como a cama de todos os pais, onde eles se sentem relaxados, protegidos, mimados...
Esta cama não é para pais!!

Esta tem instalado outro kit de bichinhos. Os carpinteiros.
"Loucos" e felizes.
É assim que a Joana Flor fica quando vem para a nossa cama, muito louca e feliz.

Ela salta, põem-se em pé e atira-se como se estivesse num paraquedas, faz as almofadas voarem e a roupa de cama quase levantar voo.
Ela dança, ri, passa por cima de nós... enfim, é feliz.
Não há cá aconchegos nem estar deitada mais de 2 segundos a ver tv.

Por isso, e quem souber onde se vendem estas camas mágicas, digam, ou talvez não, porque, muito provavelmente, não nos ia interessar.
A Joana Flor respira felicidade, graças a Deus, e para ela quando está com os pais é para aproveitar. Seja na cama, no sofá, no chão da sala...

A nossa cama está "avariada" e ainda bem.
Gostamos, mesmo, de sermos a única família onde a cama dos pais é para brincar. 💕

Ja muito li e vi sobre o tema, que talvez seja um dos mais difíceis da vida dos pais e dos bebés.
Este assunto, é sempre muito complicado de gerir, por toda a família. Ora a mamã ainda não ache que é altura ou então acha mas não sabe como fazer, ora o papá acha que já é altura e a mamã não, enfim... gera sempre algum desconforto.

No nosso caso, foi decidido fazer o desmame noturno quase de mútuo acordo.
A partir dos três meses de idade da Joana Flor a nossa enfermeira de família achava que ela já conseguia dormir a noite toda, tendo em conta o seu peso.
O que eu pensei, "tão cedo??!!!"...

O que é certo é que a pequena, ainda hoje, e viciada em leite. Tanto que chegou a beber cerca de 750ml de leite entre o deitar e o levantar.
Um absurdo, nós sabemos...
Mas mesmo assim, e sabendo que era mais vício que fome, não conseguia ainda acabar com as ceias noturnas.

Toda a gente sabe que os bebés procuram a mama por dois motivos, fome ou conforto, mimo... e o biberão da Joana Flor tinha o mesmo efeito nela, era a mama dela, desde que nasceu, por opção sua, como ja sabem.
E não era o facto de ela beber o leite materno pelo biberão que a decisão da retirada das manadas noturnas não teriam o mesmo impacto em mim que em outra mãe qualquer, por isso, como outra mãe qualquer arrastei essa decisão.

 Quando decidimos fazer o nosso desmame?
 Estava a Joana Flor a fazer 9 meses.

Como o fizemos?
Não lhe dando leite durante a noite.

Quem o fez?
O pai.

E é este último ponto que foi crucial para que este processo fosse bem conseguido.
O pai é a pessoa indicada para nos ajudar. Ele não vai cair em tentação quando as lágrimas da bebé entoarem pela casa nem quando as dele escorrerem pela cara. Ele vai dizer à mãe para não aparecer no quarto tentando retirar-lhe a dor que sentirá mesmo sabendo que do outro lado da parede está a sofrer.
Ele não terá o cheiro nem o leite presente capaz de lembrar ainda mais a bebé daquilo a que estamos a retirar.

Se é difícil?
Muito, muito mesmo. E eu falo-vos da dor que senti so de a ouvir chorar. Não consigo imaginar sequer ao ver a expressão dela, ao ver as suas lágrimas e ao ouvi-la adormecer sufocada como ele viu e ouviu.

Se fizemos da maneira mais correta não sei, mas foi aquilo que decidimos juntos, com o amor que nos une à nossa filha e no fundo funcionou muito bem.


Peçam ajuda, os papás estarão sempre do nosso lado 💕

Até hoje, que muito tem mudado, cá em casa, nos nossas vidas e nas nossas prioridades.

Até hoje, tudo tem sido um sonho e uma experiência magnifica, graças a ti.

Tu ensinas-nos, todos os dias, o que é viver e como deve ser viver.
A intensidade que devemos amar, abraçar, aconchegar...

Tu ensinas-nos que tudo pode esperar...
A casa, as limpezas, o sono, as refeições à hora certa...
Tudo... menos tu, menos nós...

Os nossos momentos, as nossas brincadeiras, as nossas histórias... a mamã chata sempre a filmar-te e a fotografar-te é que não pode esperar.
Os nossos risos, as tuas gargalhadas, a tua felicidade, a tua infância...

Tu ensinas-nos que o chão da sala é tão ou mais confortável que o sofá e o rebolar no chão melhor que qualquer ginásio.

Tu ensinas-nos que as músicas infantis são hits e que o parque o shopping atual.

Tu ensinas-nos a viver...
A amar e ser amado.

Que a casa estará sempre no mesmo sítio, a roupa por passar no tabuleiro, a loiça na banca, os brinquedos espalhados pela casa...

Mas os minutos, horas, dias, anos não esperam, passam a correr sem se preocuparem se vivemos.
Se foste criança quando tiveste que ser, se brincaste quando devias...
Se tiveste mimo, colo, atenção...
Se foste e cresceste feliz...

O tempo não espera...



Contigo, aprendemos qual o verdadeiro sentido da vida. 💕

Se algum dia, ouvires alguém dizer que cesariana não doi, é mentira, filha.

Cesariana, daquela que é feita de urgência, com anestesia geral dói e muito... muito mesmo. E não estou a falar da dor física, mas da dor que fica cravada no coração e nas memórias.

Um dia, saberás que o teu parto não foi fácil.
Que quase tudo correu mal.
Que, acredito piamente, tivemos a sorte da nossa estrelinha.
E que, no fim de contas, agradeço, todos os dias, aquele dia, que me trouxe para a minha vida o ser mais maravilhoso do mundo, o ser que amo mais que tudo, tu.

Mas, é mais forte que eu, a dor que ainda hoje sinto de ver que o meu sonho não se tornou realidade.

A ideia de um parto normal, não se concretizou.

O papá não te viu nascer...
A mamã não te viu nascer... não chorou quando saiste de mim, como tinha em mente acontecer.
Não te puseram no meu colo...
Não te amamentei...
Não te toquei, nem te cheirei, nem te beijei, nem, nem...
Não estivemos junto, como uma família.
Não nos deixaram.

Por isso, quanto ouvires que cesariana não dói, não acredites
Dói muito.
Dói para sempre, porque esses momentos não podem ser alterados, muito menos esquecidos.



Cesariana dói e muito...

Desenganem-se quem acha que ser mãe a tempo inteiro não dá trabalho nenhum. Que não é mais que tempo cor de rosa e sem stresses.

É o tempo mais maravilhoso do mundo e, até acho, que conseguiria fazer disto trabalho.
Sim, trabalho.
Ser mãe a tempo inteiro não é mais que um trabalho sem horas para começar e muito menos para acabar.

Se é efetuado num ambiente bom?
Claro que sim.
Se é bem pago?
Com toda a certeza que é o mais bem pago de sempre (pelo menos para mim).

Mas e o resto?
O que faz uma mãe a tempo inteiro?
Para além dos afazeres domésticos, uma mãe tem que cuidar da bebé. E para mim, esta tarefa é muito importante e deve ser pensada com muito amor e atenção.
Não sou daquelas que coloca os filhos à frente da tv nem tenho uma filha que me permita isso.

Ja para não falar que somos quase reféns do relógio.
Agora são horas do almoço, depois da sesta, do banho, do jantar, do deitar, de brincar....
Enfim parece que tem que ser tudo cronometrado, porque, e apesar das férias, as rotinas deles devem ser sempre mais ou menos mantidas.

Por exemplo, ainda hoje, tivemos a ler livros, a fazer bolachinhas de manteiga, fomos dar um passeio à rua e ainda fomos visitar a tia.
Se da trabalho e se cansa?
Claro que sim, mas as memórias que são criadas com estas pequenas tarefas são so nossas e ficam para sempre.

E são estas pequenas coisas que fazem com que este trabalho seja o mais maravilhoso de sempre e que me faz deitar cansada mas com o coração aos pulos de tanta felicidade

Por isso, hoje, este texto é dedicado a todas as mães a tempo inteiro, que são, sem dúvida, umas heroínas da casa, dos seus bebés e do relógio. 💕