As férias de outros...

Já todos sabemos do poder que as palavras têm sobre nós. Elas são capazes de nos alegrar, de nos pôr bem dispostos mas também de nos magoar, de nos fazer sentir mal...
E aos mais pequenos?
Será que funcionam com a mesma força?

Diria que têm ainda mais força. Mais capacidade para magoar.
A maior parte das vezes não faz grandes mazelas no imediato, mas mais tarde.
A maior parte das vezes não nos apercebemos de onde vêm os "problemas" de auto estima dos adolescentes e a falta de disciplina/educação destes e dos mais pequenos.

Um dia destes, em conversa com a pediatra, questionou-nos sobre as birras da Joana Flor e como procediamos com as mesmas e com a palavra "não".
E foi nessa conversa que percebemos, apesar de felizmente estarmos a fazer "bem", o quão são importantes as palavras nas crianças.

Se uma criança vai ao supermercado e pede um doce ou um brinquedo devemos ser tão capazes de dizer "não", "hoje a mamã não pode comprar" como também de estipular um dia para dar "para a semana a mamã da". Isto vai fazer com que a criança perceba o que significa "não" e que o que queremos nem sempre acontece logo. Também importa é cumprirmos a nossa palavra. Desta forma a  criança acreditará sempre naquilo que lhe prometemos e dizemos.

Outra situação, que ouvimos muitas vezes, é o diminuir a criança face à sua ação. "Tu es feia", "Assim és gorda"...
Isto nunca se deve fazer.
Ao invés disso, devemos chamar a atenção de maneira diferente "Eu gosto muito de ti, mas ao fazeres isso fico triste", "Tu es muito linda, mas quem faz isso são as meninas feias"...

Segundo a pediatra, estas palavras "más" ficam no subconsciente da criança e são elas que mais tarde vão despoletar falta de auto estima e alguns dos problemas  dos adolescentes.

 "Depois vemos os jovens de hoje em dia com problema em aceitar o seu corpo em termos de beleza e gordura e ninguém sabe de onde isso vem".

Estas foram palavras dela que vou recordar sempre. Como já referi, temos sempre muito cuidado em usar as palavras com a Joana Flor, não porque somos pais exemplares que não cometem erros, não é nada disso, até porque isso não existe, mas porque faz parte de nós.
Ainda assim, vale sempre a pena tee estas palavras e vivências sábias de gente que tanto percebe de crianças junto de nós.

Meses de verão são meses de férias e tão bem que elas sabem...
E chegado esse período aproveitamos para idas à piscina e à praia. Apanhar sol, refrescar corpo e mente faz bem a toda a gente, mas quando se tem filhos pequenos a logística é muita.

Este texto é para partilhar convosco aquilo que não abro mão, nestas saídas, para a Joana Flor. Desde a saída de casa até à chegada quer seja da piscina ou praia quer seja de um dia ou uma semana.

Comecemos então com a minha lista.

No carro:

* protetor de vidros (quer seja para uma viagem curta ou longa ninguém merece ir com o sol a bater-lhe na cara);
* banco rebativel (ótimo para a bebé descansar e fazer sonecas).

No saco da pequena:

* saco para este tipo de saídas  (nunca levo o saco de maternidade porque não sei onde o vou pousar se no chão, numa rocha... acho mais prático e higienico um que seja lavável);
* muda fraldas;
* fraldas normais e de água;
* toalhitas  (e muitaaassss porque numa saída há sempre sujidade);
* saco para roupa suja/molhada (de preferência impermeável);
* protetor solar (o meu preferido de sempreee o protetor da Picu Baby);
* after sun (se é importante hidratar o corpo da bebé durante o ano muito mais se torno depois da exposição solar);
* tshirt de algodão  (gosto sempre de ter pelo menos uma tshirt de algodão para usar quando a bebé sai da água)
* fato de banho (gosto mais que cueca, especialmente aqueles que têm chapéu no mesmo tecido. É fantástico);
* chapéu.
* toalha com capuz (as minhas preferidas. Metem-se pela cabeça e conseguimos limpar o corpo frente e trás e cabeça).


No saco de auxílio:

* bolsa térmica  (sempre com o copo de água, iogurtes, fruta e bolachas.
Gosto do copo com tampa e alças é mais prático para a bebé beber e pegar. Para a fruta não dispenso os sacos reutilizáveis. Podemos colocar os nossos pures ou os de compra. A bebé é totalmente independente e a sujidade praticamente nenhuma.
*caixa com talheres (podem chamar-me exagerada, mas na fase de aprendizagem em que estamos, é muito mais fácil ter os talheres da bebé à mão. São de plástico duro e trazem uma caixinha de proteção;
* babetes (quer seja de pano ou descartáveis).



Tenda:
*sim, tenda leram bem.
Não dispensamos a tenda da Quechua, que compramos o ano passado. É super fácil para montar (para desmontar é que nem tanto 😂) e tem proteção UVA.
É, sem dúvida, uma mais valia quer para a bebé brincar quer para descansar.



Espero, com esta minha partilha, ajudar muitas mamãs na hora de sairem de casa.

Quantas vezes já ouviram "antigamente não era nada disto",  "antigamente faziamos tudo", "nós também os tivemos e não havia epidural", "tinhamos tempo para tudo"...

Tenho a certeza que muitas vezes. E se não foi em comparação convosco terão ouvido em comparação com outras grávidas/mães.

Mas o que é que mudou?
As mães de antigamente eram melhores mães que as de agora? Ou mais fortes?

Não creio nisso.
Creio que mãe é mãe.
Serão sempre as melhores para os seus filhos, independentemente, da era em que vivem.
A única coisa que, para mim, é diferente é a voz que temos hoje em dia.

Hoje, somos capazes de falar sobre tudo.
Sobre os nossos medos e inseguranças durante a gravidez e quando os bebés nascem.
"Podemos" falar abertamente que tivemos dores no parto, que não conseguimos amamentar, que estamos cansadas ao final do dia e que os nossos filhos dão muito trabalho.

É a mais pura da verdade.
Dao trabalho e muito... mas não é por isso que gostamos menos de ser mães.
Não pensem, nunca, que todas as vezes que falamos/que nos queixamos que é sinónimo de fraqueza ou de arrependimento pelo trabalho que e a maternidade nos da.
Não, nunca.
Acredito mais que falamos porque, hoje, felizmente, temos voz. Temos quem nos ouça e quem nos apoie. Temos outras mães que partilham as mesmas dores, os mesmos receios.

As mães de antigamente não são mais fortes ou mais capazes que nós, so porque nunca se queixaram. Na minha opinião, não adiantava fazerem-no. A época em que viveram "não o permitia". Mulher era mãe, esposa e dona de casa sem espaço para "falar" sobre as dificuldades da maternidade. Esta fazia parte da vida delas e ponto.

Por tudo isto, quando ouço expressão como as do início do texto me chateia. Não pelas comparações, porque,  infelizmente, existirão sempre, mas por parecer que umas são melhores que outras.

As mulheres que decidem ser mães decidem ser capazes de amar sem precedentes, de fazerem tudo o que estiver ao seu alcance pelos seus filhos, de sofrer como nunca, de terem medo... decidem ser mães... independentemente das dificuldades de cada uma, da dor de cada uma, da maneira de estar e educar de cada...

Mãe é mãe, independentemente de tudo...

Esta é a semana dedicada a este tema tão importante na vida tanto dos bebés como dos pais.
É um tema tão delicado quanto importante.
Para mim, até doloroso não so em termos físicos como psicologos.

Depois de um parto, que nada teve a ver com o sonhado, a primeira mamada muito menos.
Não fui capaz.
Não consegui.
Não tinha condições, segundo a enfermeira, para o fazer. Estava demasiado sedada.
Assim sendo, a primeira "mamada" foi feita com leite artificial e biberão.

Não foi o sonhado, mas foi o que teve de ser.

Nas seguintes, amamentei. No método natural, naquele que a mãe natureza "diz".
Não foi um momento especial.
Não me levem a mal, mas não senti aquilo que toda a gente diz. "O momento único e especial entre mãe e filho".
Fi-lo com dor, com sangue.
Fi-lo com a vontade que uma mãe tem em alimentar o seu filho.
Fi-lo enquanto estive no hospital.

Depois, entre mil e uma tentativas, de perceber o porquê de tanto choro, tentamos o biberão. E percebemos que o choro era de fome.
Cortou-nos o coração.
Aquele biberão simplesmente, desapareceu.

Ainda pedimos ajuda para perceber o porquê das mamadas demoradas não estarem a ser sinónimo de alimentação.
Não percebemos.
Soubemos so que a bebé não sabia mamar.
Inclusive, disseram-nos para não entrar em stresse porque esse processo podia nunca ser conseguido.
E não foi.
Não conseguimos.

A amentação da Joana Flor foi feita com leite materno, sempre, até aos nove meses com biberão.
Foi a melhor coisa que eu fiz, por ela e por mim! .
Esse é o melhor presente que podemos oferecer aos nossos filhos! É um ato de amor que só nós temos o poder! ❤️

E além do leite materno conter todos os nutrientes e anticorpos essenciais para o bebê até os 6 meses, contendo componentes e mecanismos capazes de proteger a criança de várias doenças,  ele também protege a saúde da mãe, diminuindo o risco dela ter cancro de mama, cancro de ovário e hemorragias pós-parto. E ainda, contribui para que a perda de peso após o parto seja ainda mais rápida. .

Nenhum outro alimento oferece as características imunológicas do leite humano. Os bebês até os 6 meses de idade devem ser alimentados somente com leite materno, não precisando de chás, sumos, outros leites, nem mesmo de água.

Foi uma decisão acertada, mas muito complicada de gerir.
Foi a nossa decisão.
Fariamos tudo de novo, porque sabemos que foi o melhor.


Amamentar é um ato de amor.
Mas tambem e muito importante  não nos culparmos quando algo corre mal e muito menos julgar aquelas que por alguma razão não conseguiram ou simplesmente não querem.
Nenhuma de nós é menos mãe por isso! ❣️