Os trabalhos ditos normais e os outros...

07:41

Ha já alguns anos atrás, trabalhei numa loja de shopping e cheguei à conclusão que aqueles horários não eram para mim. Achava que não faziam parte daquilo que é considerado normal, do "entrar e sair à horinha" como toda a gente.
Não tinha filhos. So marido.

Hoje, passados cerca de quatro anos, voltei ao shopping.
Sim, trabalho numa loja com os horários ditos não normais, rotativos e com uma filha.

Se a ideia que tinha há uns anos atrás mudou? Não, claro que não.
Se a "vida de shopping" é fácil? Também não, muito menos para quem tem filhos pequenos.
O que mudou de lá para cá? O valor que damos às coisas.

Depois de sermos pais (acho que posso falar pela grande maioria), aprendemos a relativizar as coisas. A dar a devida importância aquilo que realmente importa.

Se gosto deste trabalho? Sim.
Se gosto destes horários? Não. E não são de fácil adaptação.

Quantas vezes fico com o coração apertado, com vontade de chorar por ter que deixar a minha filha no fim de semana ou no feriado.
Quantas vezes me lembro que ela vai para a cama sem ver a mãe e sem o meu abraço...
Quantas vezes me sinto triste por ainda pensar que não tenho aquele "trabalho normal", de não estar com ela nos horários ditos normais...

Depois penso que não sou a única e nunca serei a trabalhar por turnos e a não ter um trabalho dito normal.

Como fazemos para ultrapassar isto?
É fácil. Muito fácil.
Aproveitamos o tempo todo que estamos juntas.
Brincamos, passeamos, rimos, respiramos o mesmo ar juntas. Tudo juntas.
Aproveitamos o tempo. Aquele tempo que muitas vezes tinhamos e não lhe davamos valor. Aquele tempo que toda a gente tem, aquele tempo dito "normal"...

É assim que é possível...
Assim, e com muito amor.
Aquele amor que nos une enquanto família.
Aquele amor, de nome pai, que faz tudo, para que eu possa ter um trabalho dito anormal com a tranquilidade do normal...

Obrigada papá ❤



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