Amamentação - aquilo que nunca nos disseram

13:44

Amamentar é o ato mais maravilhoso, o ato mais puro de amor de um mãe por um filho.
Não é so alimentar o bebé, é carinho, conforto, aconchego...
É um momento entre mãe e filho inexplicável, um momento único..

E quando amamentar é dor, sofrimento, stress, indignação?
E quando amamentar é tudo aquilo para o qual não estamos preparadas?

Para mim, este sempre foi um ato, como eu tão descontraidamente dizia, normal, um ato "irrefletido" na medida em que o bebé tem fome e vai à mama. Uma coisa sem segredo, sem dificuldades.
Talvez por isso, é que tudo o que vivi me afetou tanto...

Sofri fisicamente e mais ainda psicologicamente.
Não percebia o porquê, aliás fiz tantas vezes esta pergunta e tantas outras que fiquei sem resposta. O máximo que ouvi, até hoje, foi "talvez seja por isto"...
Sinceramente agora também não me interessa saber, agora estou mais interessada a viver a maternidade na sua plenitude, como eu gosto ❤...

Para perceberem um pouco do que se passou connosco.
A Joana Flor, nos dias que estivemos no hospital, "mamava" cerca de uma hora, passado cerca de meia hora já estava a chorar com fome. Mais uma hora na mama e assim quase que sistematicamente...
Achava eu que ela tinha muita fome e por isso não me ocorreu pedir ajuda a ninguém, aliás, apesar das dores que tinha de uma má pega, situação percebida posteriormente, ouvi outras mamãs "a sua bebé é que mama bem". Sabia lá eu que o normal era o bebé mamar entre 10/15 min e o que me estava a acontecer não era normal.
Pois bem, quando chegamos a casa a pequena continuava com o mesmo sistema, so que a partir daqui chorava com cólicas.
Sugeriram-nos que retirasse leite e desse num biberão para tentarmos perceber se a bebé não tinha força para mamar ou eu não tinha leite à medida da sua necessidade.
Assim fizemos, e quando vimos cerca de 50ml de leite a desaparecerem quase que como por magia, não queríamos acreditar. A miúda estava cheia de fome.
Percebemos que a hora na mama era igual a nada ou algo semelhante.
O meu coração quase que parou por saber que o choro que já ouvia ha dias era de fome.
Pedimos ajuda.
E ai percebi, que aquilo que nunca me fez perder tempo a pensar, seria um "problema".
A Joana Flor não sabia mamar, fazia o movimento da língua ao contrário e tem o freio bucal curto, fator que pode dificultar o processo de amamentação.
Disseram-nos para ir tentando, mas sem grandes esperanças de que a coisa ia para o seu devido sítio.
E assim fizemos, tentamos de tudo mas de nada resultou.
A Joana Flor chorava sofocadamente assim que a tentava colocar na mama e o meu psicológico já não aguentava mais.
Decidimos fazer a alimentação exclusiva de leite materno, pelo menos, até aos 6 meses como é recomendação da Organização Mundial de Saúde.
Para isso tirava leite de 5 em 5 horas, dia e noite e demorava em cada recolha entre 1 a 1 hora e meia.
Conseguimos mais do que aquilo que idealizamos.
Contava a Joana Flor 9 meses de idade quando decidimos que o estado de cansaço era ja insuportável para continuarmos e paramos.

Esta foi a nossa história.
Apesar de tudo o que passamos sabem o que mais me doeu? Mais do que uma mastite, que nos entretantos sofri que me causou uma ida ao hospital e a toma de antibiótico?
Foi ouvir pessoas dizerem que a minha filha assim não precisava de mim...

Como assim???
Acabei de ter uma filha...
Como ela não precisa de mim???
E se isso fosse verdade, precisava eu dela, e muito...
Preciso dela deste que soube que a tinha comigo, preciso dela desde que nasceu e precisarei dela até ao fim dos meus dias...💕



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